A fraude em boleto bancário é um crime recorrente no Brasil, que continua a afetar empresas e consumidores. Mesmo com medidas de segurança adotadas nos últimos anos, os golpistas encontram novas formas de enganar vítimas e desviar pagamentos para contas ligadas ao golpe.
Entre as práticas mais comuns estão o envio de faturas falsas, a clonagem do WhatsApp para se passar por instituições financeiras e a criação de páginas falsas na internet para induzir o download de boletos adulterados.
Esses documentos costumam ser enviados por e-mail, aplicativos de mensagem, redes sociais ou até pelo correio, muitas vezes com aparência muito próxima à de um boleto legítimo.
Neste artigo, você vai conhecer os principais golpes aplicados com boletos, aprender a identificar tentativas de golpes e descobrir quais medidas adotar para aumentar a segurança dos seus pagamentos.
Quais os golpes mais comuns com boletos?
O tipo de fraude em boleto bancário mais comum é o envio de faturas falsas para as pessoas. Geralmente, os golpistas se passam por instituições conhecidas para enganar as vítimas e roubar seu dinheiro.
Esses falsos boletos são enviados às vítimas por diversos canais, como e-mail, WhatsApp, SMS, redes sociais ou até mesmo pelo correio. São documentos muito semelhantes aos originais, mas alguns sinais se diferem e são nesses pontos que o golpe pode ser identificado.
O objetivo do crime é que a vítima pague o documento bancário. Ao efetivar a operação, o valor é direcionado para uma conta vinculada ao golpe.
Outra forma de aplicar o golpe é a clonagem do WhatsApp. Os criminosos entram em contato com a vítima, fingem ser instituições financeiras ou lojas de departamento e usam a identidade visual das empresas tanto no aplicativo quanto na emissão dos falsos boletos.
Os criminosos também se utilizam da prática de criação de páginas na internet falsas, em que a vítima é direcionada para o site e estimulada a fazer o download da fatura forjada.
Segundo o Procon, em épocas de comércio mais recorrente, como Natal e Dia das Mães, é comum o aumento das tentativas de golpe.
O pagamento de boletos pode ser feito em casas lotéricas, caixas eletrônicos, internet banking, telefone, aplicativos bancários no celular ou terminais de autoatendimento. Assim, mesmo quem não possui conta em banco consegue pagar em dinheiro nos guichês das lotéricas. Nesses casos, quando o pagamento ocorre por terceiros, é necessário redobrar a atenção.
Cabe destacar que, atualmente, todos os boletos emitidos por bancos tradicionais ou digitais são registrados. Isso significa que os dados dos beneficiários dos boletos sempre aparecem quando a pessoa vai pagar o boleto. O boleto não registrado foi descontinuado em 2018, e o principal motivo foi o combate a fraudes.
Como identificar um boleto falso?
É possível identificar um boleto falso antes ou durante o pagamento.
Segundo o Procon, entre as falsificações já realizadas pelos golpistas estão a adulteração ou a rasura do código de barras, mesmo nos documentos eletrônicos. Essa estratégia impede a leitura do código e força a vítima a digitar os números.
Os boletos falsos ainda possuem características identificáveis, como erros de português e de formatação.
Os dígitos finais da linha digitável do código de barras representam o valor do boleto. Se há divergência entre eles, possivelmente se tratará de um golpe.
Quais são os cuidados que devo tomar para evitar o prejuízo?
Diversos cuidados devem ser tomados no pagamento para não ser vítima de fraude em boleto bancário.
A seguir, listamos alguns alertas apresentados pelo Procon e pelo Sebrae que podem evitar que você caia em uma fraude de boleto bancário:
- quando for pagar o boleto, você deve verificar se o nome do beneficiário do pagamento é uma pessoa física ou a empresa recebedora, e se o banco destinatário é o mesmo que consta no boleto. Se tiver alguma informação diferente, o melhor é não fazer o pagamento;
- se o código de barras apresentar falhas, desconfie;
- evite ligar para o telefone inscrito no boleto, porque pode ser do próprio golpista, à espera de uma oportunidade para passar instruções de pagamento direto na conta dele;
- se necessário, entre em contato direto com a prestadora de serviços que emitiu o boleto e busque o contato em canais oficiais, como o site da empresa
- não imprima o boleto fora do site ou e-mail oficial do serviço que contratou;
- baixe, sempre que possível, o boleto diretamente do site do banco ou da empresa que emite a cobrança;
- duvide sempre de boletos que chegam por e-mail, especialmente quando a mensagem traz um assunto como “Urgente” ou “Seu nome está no Serasa”.
Checklist de boas práticas para evitar fraude em boleto bancário
Se você observar estas boas práticas, dificilmente será a próxima vítima de um golpe:
- observe os seus dados pessoais descritos nos boletos;
- confira o CNPJ das empresas;
- perceba se o documento contém erros de português e de formatação;
- antes de fazer o download do boleto no site do credor, certifique-se de acessar o site verdadeiro. O endereço eletrônico deve começar por “https”. Páginas seguras exibem o selo do certificado SSL, representado pelo ícone de um cadeado.
- verifique se os primeiros dígitos do código de pagamento coincidem com o código do banco que aparece como emissor do boleto. Por exemplo, um boleto do Banco do Brasil sempre começará com 001, e um boleto da Cora deve começar com o número 403.
O que fazer se pagar um boleto falso?
Algumas medidas podem ser tomadas se a fraude no boleto bancário for notada pela vítima somente após o pagamento. É possível tentar cancelar a operação antes de ela ser compensada, já que o prazo é de até três dias úteis.
Caso você desconfie que pagou o boleto falso, é preciso contestar o pagamento. Você deve contactar a empresa geradora do serviço ou do produto e o banco ou banco digital onde o pagamento foi feito.
Se você pagou por um produto em uma compra on-line e não recebeu o item, pode entrar em contato com o Procon de sua cidade.
Procure a Polícia Civil e registre um boletim de ocorrência.
Se o problema não for resolvido, é possível registrar uma reclamação no Banco Central do Brasil.
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